Os servidores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul promoveram nesta sexta-feira (31) um "apagão" nas atividades do judiciário do Estado. Organizado pelo Sindjus, sindicato que representa a categoria, os trabalhadores pedem a reposição do salário após mais de oito anos sem reajuste.

Em Pelotas, o ato começou às 13h, com os servidores paralisando as atividades por três horas e se concentrando em frente ao Foro. Marco Velleda, diretor do sindicato, explica que, com a defasagem, há servidores aposentados que recebem menos de um salário mínimo e precisam de complementação. No período de oito anos, os servidores tiveram uma proposta de reajuste de apenas 12%, enquanto a magistratura poderá chegar a uma soma de reajuste de 38%. "Nós estamos entrando no nono ano sem reposição salarial, são 62% de defasagem no salário", explica Velleda.

Além disso, a situação dos aposentados se agravou após o governo Eduardo Leite (PSDB) ter elevado o aumento da alíquota de contribuição previdenciária. "Teve situações em que servidores da comarca tiveram que fazer uma vaquinha pra comprar um rancho pra uma das servidoras aposentadas. Os aposentados estão sofrendo mais", relata o sindicalista.

O movimento pede que o Tribunal de Justiça deixe clara a situação financeira e a possibilidade de reajuste. "A proposta do Tribunal é dar 12%, nós estamos solicitando que tenha uma isonomia entre servidores e magistrados. Não queremos ter que chegar num momento de decretar uma greve, porque isso não é bom nem pros servidores, nem para a sociedade, mas queremos que o Tribunal tenha essa sensibilidade", afirma o representante da classe.